A última semana desse longo período de séries tinha três torneios com prêmios milionários em disputa. Dois desses títulos foram parar nas mãos de Ivan Stokes, o fundador do Poker Detox, e Bert Stevens, muito conhecido pelo nick “girafganger7”, agora streamer, e um dos cabeças da Pocarr. Duas mentes brilhantes do poker, mas pessoas extremamente diferentes fora das mesas.

Stevens vive isolado em uma espécie de fazenda e tem um zoológico particular. São 15 gatos, 12 galinhos, cinco cavalos, três cabras, dois cachorros, duas ovelhas, dois gansos e duas chinchilas. Apesar desse lado bucólico, o “girafganger7” transparece nas transmissões ou até mesmo em alguns vídeos outras facetas do seu estilo de vida. O belga é um fumante contumaz. O número de cigarros que ele fuma numa stream ao vivo é simplesmente incontável.

O lugar onde ele grinda chega a ser insalubre. É muita sujeira e lixo acumulado na mini caverna do “girafganger7”. Pelas imagens, é possível observar alguns enlatados e refrigerantes. Dá para concluir que Stevens não é tão ligado em uma alimentação saudável. Ele foi o campeão do Main Event da WSOP Online e faturou o maior prêmio de todos os tempos dos feltros virtuais com uma forra insana de US$ 2,7 milhões.

O estilo de vida de Ivan Stokes é completamente o oposto. O nome do usuário do Instagram é “strenghtraineruk”, o que já diz muito sobre a personalidade dele. Stokes é vegano e compartilha diversos pratos saudáveis na rede social, assim como exercícios físicos mesmo entre as muitas viagens que faz. Ele gosta de praticar esportes ao ar livre.

LEIA MAIS: Breno Bertalia atropela a FT do Main Event Medium do WCOOP, é o grande campeão e leva forra colossal; Pertile é o 7º

Um amigo em comum me contou que ele também não consome bebida alcoólica há muito tempo e é casado com uma professora de Yoga. Stokes morou no Brasil e tem vários amigos brasileiros. Ele foi o mentor de muitos craques. Fabiano Kovalski, por exemplo, citou o trabalho com o inglês no MundoTV Cast. O “ILS007” ganhou US$ 1.047.257 no WCOOP.

Aqui no Brasil, muito se discute sobre o impacto dessas escolhas de vida no A-Game e até mesmo na carreira de um jogador de poker. Peter Patrício virou uma espécie de referência desse debate. Ativo nas redes sociais, o mineiro compartilha sem medo todos os detalhes de suas aventuras noturnas e um estilo de vida bastante boêmio.

Pitão é vencedor nato, sócio e professor de um time gigantesco e se mantém em alto nível no jogo há mais de uma década. Por que o estilo de vida dele incomoda tanta gente? Por que tanto se discute sobre o que ele faz ou deveria fazer? Eu não sei, de verdade. Tenho dificuldade de entender. A vida é dele, oras. Eis que esses resultados incríveis de Stevens e Stokes acontecem na mesma semana. Pra mim, eles deixam claro uma coisa: o que importa é o poker.

É o tempo de estudo. É a absorção de conhecimento. É a prática, o volume, a revisão, a ética, a dedicação. O talento natural. A energia aplicada em conversas e escutas. O quão bem a pessoa lida com os altos e baixos desse esporte mental tão complicado. Stevens e Stokes são completamente antagônicos fora das mesas, mas muito semelhantes nesses aspectos cruciais da profissão.

Pode ser gordo ou magro, diurno ou noturno, carnívoro ou vegano, fumante ou não fumante, adepto do álcool ou não, atleta ou sedentário, baladeiro ou caseiro. Se eu acho que equilíbrio é importante? Acho muito! Mas temos que respeitar as escolhas de cada um e lembrar do que realmente vai ser o diferencial do sucesso: o poker.

Concorda?

Confira o MundoTV Cast #51 com Diego Menescal:

Profissionais antagônicos fora das mesas ganharam prêmios milionários