Felipe Boianovsky colocou o Brasil em um lugar nunca antes alcançado: a de detentor de um título do Main Event High do SCOOP. O craque fez bonito e, com uma grande atuação, embolsou a forra máxima de US$ 1.036.199, de longe o maior prêmio de sua carreira e o nono da história entre os jogadores brasileiros no poker online.

Alguns minutos depois dessa façanha, Felipe entrou ao vivo na transmissão da MundoTV para comentar o resultado. Ele conversou com JP Fernandes quando estava se acostumando com a ideia do feito. “Eu tô meio em choque, meio aéreo, não sei o que aconteceu ainda”, disse no início do papo com o narrador.

Sempre técnico, o “lipe piv” fez uma avalição sobre a mesa final do torneio. “Eu fiz o meu melhor e foi isso. Tinha uma galera boa, mas para uma FT de US$ 10K não tava das mais difíceis, tinha uns dois jogadores recreativos ali. Alguns regs não tão bons para um US$ 10K, mas tinha uma galera muito boa. O cara que eu joguei o HU, o “omaha4rolzz”, joga muito bem”.

O heads-up contra Laszlo Bujtas concentrou a maior parte da conversa de Boianovsky. Ele explicou como foi jogar contra o lendário jogador de cash game e bater com tanta autoridade o rival em heads-up tão deep.

“Foi bem massa. É um tipo de setup que eu me sinto bem confortável. É um cara de cash game high stakes que vai ter uma compreensão teórica do jogo mais avançada. Vai ser mais difícil de explorar, mas como eu também sou um cara muito da teoria eu me sinto na minha zona de conforto de entender. É como se tivesse treinando ali contra um solver de certa forma”.

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O craque reconheceu que as altas cifras envolvidas o deixaram levemente conservador em alguns momentos do torneio, como na bolha e em parte da mesa final. No heads-up a situação já era diferente, mas a diferença de prêmios de US$ 267.841 fez com que Felipe sugerisse para o húngaro acertar um acordo.

“Ele não quis fazer. Obviamente para mim a grana pesa muito, para ele não, mas não é como se pesasse ali durante as ações. De certa forma, eu acho que a vibe quando você tá ali e já ganhou US$ 700 e tantos mil… eu joguei como se eu tivesse jogando um play money. É quase como se eu tivesse treinando contra um trainer de GTO que você acha online. A grana não fez nenhuma diferença em nenhum momento na decisão do heads-up”, explica “lipe piv”.

“Heads-up caro e deep, o jogador de cash claro que vai achar que tem um edge muito grande. Tem uma parada que o Pads falou uma vez em um story. ‘Você tem um edge muito grande nesse cara, mas se você visse ele sentado no lobby em um sit and go de US$ 300K, você ia sentar para jogar só porque você acha que tem edge?’. Se a resposta for não, é porque financeiramente jogar e não fazer deal é uma decisão ruim”, acrescenta com a reflexão de Patrick Leonard.

Por fim, Boianovsky foi perguntado por JP se a pool que integra com Allan Mello, Fabiano Kolvaksi e Pedro Padilha teve impacto nesse grande resultado.

“Eu nunca cheguei perto de trabalhar o quanto eu trabalhei nos últimos seis meses. Ainda mais agora. Foi a primeira vez que eu joguei seis dias por semana numa série, todo dia fazendo warm-up, revendo mão, praticando junto com eles. Estar em um grupo faz uma diferença absurda. O quanto eu me senti mais preparado para performar tendo o apoio deles todo os dias, lidando com a variância durante a série, vários deles foram cravando várias paradas no meio do caminho”, finaliza.

Confira um trecho das falas de Felipe Boianovsky:

Confira o MundoTV Cast #35 com Allan Mello:

O craque também avaliou a recusa do húngaro por um acordo no duelo