Nem sempre o poker é um esporte justo, mas quando é, as coisas parecem ser muito mais legais. Com justiça e uma dose enorme de merecimento, o Main Event do BAPT consagrou Cyllus Cohen como grande campeão e deu ao jogador o momento mais especial da carreira. Ele venceu o maior torneio desta edição do BAPT em Salvador e chegou ao ápice.

Em uma maratona de 15 horas de jogo no Dia Final, Cyllus Cohen deixou pra trás um field numeroso de 589 entradas no principal torneio do BAPT e conquistou a maior vitória de sua carreira. Além da glória e da conquista memorável, o título veio acompanhado de um prêmio de R$ 34.000. O buy-in do Main Event foi de R$ 490. E o próprio jogador resumiu o que sentiu após a conquista:

“Esse momento é maravilhoso. O BAPT é um evento que vale a pena demais qualquer jogador vir jogar, porque é incrível. E eu já sugiro que tenha outro BAPT esse ano, porque foi um sucesso e é sensacional. Ganhar esse título foi muito bom mesmo. Ano ado eu fiz heads-up contra o Ciro Carvalho, grande amigo meu, e dessa vez veio a cravada. Foram dois troféus nesta etapa, um no Main Event. Foi satisfatório demais”, falou Cyllus.

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Vivendo uma fase incrível, Cyllus já havia sido campeão no BAPT, em outro torneio que também teve boa história. Ele foi campeão do B-Day Drama, torneio realizado em homenagem ao amigo Danilo Drama. Por isso, ele foi sucinto no resumo do momento: “Esse é o meu ápice no poker. De dois anos pra cá eu decidi estudar pra valer mesmo e acho que hoje tô vivendo a melhor fase da minha carreira. Que continue assim sempre”.

Mesmo já tarde – ou cedo – Cyllus contou com o apoio incessante da namorada e do amigo Ciro Carvalho, com quem já tinha feito um heads-up, além de outros amigos. Por isso, ele fez questão de agradecer: “a torcida aqui me mandou uma energia muito forte, muito importante. Além disso, foi a primeira vez que minha namorada ficou do início ao fim, isso é muito marcante. Fico até emocionado falando aqui agora, só posso agradecer a eles”, declarou Cohen.

Novo dono de um título dos grandes no estado da Bahia, Cyllus também falou sobre o poker baiano no geral: eu desejo que o poker na Bahia cresça cada vez mais e se tivesse outro BAPT esse ano também seria muito legal. E eu gostaria de que viesse mais gente de fora, de outros estados, pra ver como o evento aqui é grande e prestigiar o nosso estado”, encerrou o campeão.

O caminho até o título

A mesa final do Main Event teve uma jogabilidade muito boa, já que os blinds de 40 minutos permitiam que os jogadores pudessem esperar os melhores momentos. Ainda assim, tanto Peter Eduardo, quanto Matheus Cardoso, que começaram short, caíram rapidamente. Nessa hora, Giovanni Freitas, Cyllus Cohen, Fernando Azevedo e Alexandre eram os líderes em ficha.

Também nesse momento, veio a mão que fez Alexandre descolar dos demais. Em um spot gigantesco, Alexandre viu seu combo draw se completar para superar a trinca de Fernando. Na colisão de dois dos principais stacks, Alexandre disparou e deixou o rival inesperadamente na sétima posição.

Após um pequeno período, Jeferson Silva também se despediu e aí veio a parte mais longa do jogo. No 5-handed, a ordem do jogo foi mudando e Leonardo Leão também entrou de vez na briga. Alexandre seguiu líder, mas Cyllus foi colando na briga e crescendo o stack de forma muito consciente.

Depois de um bom tempo de jogo, o craque Giovanni Freitas, sócio do BAPT, se despediu do sonho de ser campeão no próprio evento. Já com fichas mais próximas, os quatro finalistas acertaram um acordo para reajustar a premiação e isso deixou o jogo ligeiramente mais solto. Pouco tempo após o deal, Jairo Bezerra também se despediu.

O 3-handed foi onde Cyllus brilhou. Com o apoio principalmente do amigo Ciro, que comemorava cada pote, ele foi escalando até chegar a liderança. Paciente, ele buscou pote a pote e brilhou. Foi ele quem acabou com o ímpeto de Alexandre, deixando o adversário em terceiro. No heads-up, ele tinha vantagem sobre Leonardo e não demorou muito a confirmar o favoritismo.

Fazendo bom uso da maior quantidade de fichas, Cyllus não deixou Leonardo sonhar com a virada. Junto com o apoio da torcida, quando o Sol já estava no alto em Salvador, o baiano, merecedor, conseguiu aplicar o golpe final. Uma trinca em um all in pré-flop colocou fim ao torneio e deu a Cyllus o melhor momento da carreira. E, para encerrar, ele resumiu seu desempenho:

“Eu acho que o principal pra esse título foi a paciência. Na semi-FT eu fiquei um bom tempo card dead, cheguei a pilotar cinco, seis big blinds, mas sempre com a confiança de que, se eu dobrasse, eu conseguia ir atrás da cravada. No final comecei a runnar bem, mesmo pegando uma mesa final muito difícil. O Giovanni Freitas apertando a mesa, bons jogadores. Mantive a paciência, escolhi os melhores spots e quando fiz fichas eu só mirava a cravada”, concluiu Cyllus.

Confira a premiação da mesa final:

1º – Cyllus Cohen – R$ 34.000*
2º – Leonardo Leão – R$ 25.000*
3º – Alexandre Santos – R$ 19.000*
4º – Jairo Bezerra – R$ 18.250*
5º – Giovanni Freitas – R$ 11.000
6º – Jefferson Silva – R$ 8.200
7º – Fernando Azevedo – R$ 6.000
8º – Matheus Cardoso – R$ 4.060
9º – Peter Eduardo – R$ 3.250

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Cyllus ganhou dois títulos na etapa, coroando um momento espetacular